Casados há pouco mais de um ano, Maria Gabriela Demate e Fábio de Moraes quebram barreiras e vivem romance sem limites
Uma história de superação, coragem e felicidade. Assim pode ser resumida a trajetória do casal Maria Gabriela Andrade Demate e Fábio Marchetti de Moraes, de Socorro, que venceram preconceitos e batalhas judiciais e hoje casados, com a ajuda dos pais, criam a filha Valentina, de 2 anos. Gabriela têm síndrome de Down e Fábio um pequeno atraso mental, decorrente de um problema na hora do parto. O casal ficou conhecido no Brasil inteiro há pouco mais de dois anos, quando Gabriela descobriu que estava grávida. A filha do casal, Valentina, nasceu em 19 de março de 2008, sem nenhuma deficiência. E seu primeiro aniversário teve um gostinho especial. Foi o dia escolhido pelos pais para oficializarem seu casamento. Com um ano de casados, ambos estão tranquilos e felizes com a decisão de viverem juntos.
“Estou feliz com o casamento e com minha filha, que é linda”, afirma Gabriela. “Os dois são muito apaixonados. Ela é ciumenta que só”, diz a mãe de Gabriela, Laurinda Ferreira de Andrade. O casal mora com os pais de Fábio e Valentina com a avó materna, que não esconde o orgulho pela sua “bonequinha”. A menina fica com a avó durante a semana e passa os fins de semana com os pais. “Também vou buscá-la na escolinha e fico um pouco com ela à tarde”, conta Gabriela, que na sexta-feira foi homenageada com uma música cantada pela menina na festa de Dia das Mães da escola.
Laurinda diz que o casamento foi muito benéfico para os dois jovens. “Eles já moravam juntos, mas foi importante oficializar a união. Ambos ficaram mais calmos e seguros”, avalia. Tanto que, estimulado por Gabriela, Fábio, que tinha abandonado a escola, voltou a estudar, e vai com ela para as aulas. Gabriela conta que termina a oitava série este ano. “Vou me formar este ano. Vai ter festa de formatura, vou dançar valsa e tudo”, diz animada.
O casamento era um sonho antigo de Gabriela. Ela e Fábio se conheceram na infância, quando trocaram presentes na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), onde ambos estudavam. “Desde o início, o Fábio se apaixonou pela Gabriela. Mas, depois, ele saiu da escola e eles se afastaram”, explica Laurinda. O namoro foi retomado em 2005, quando se reencontraram.
Segundo Laurinda, a gravidez de Gabriela foi uma surpresa. “Tinha dúvidas se ela poderia engravidar e mesmo os médicos nunca me deram uma posição definitiva. Como a pílula não fazia bem, ela parou de tomar e neste período engravidou”, informa Laurinda. A gravidez foi descoberta só no sexto mês. “Ela estava um pouco acima do peso e dizia que estava menstruando, então nem imaginava. Soube quando a levei ao médico para colocar anticoncepcional intra-pele”, explica Laurinda, citando que foi a gravidez mais relâmpago que já viu. “Descobrimos que ela estava grávida no sexto mês e dois meses, depois a Valentina nasceu.” Apesar da prematuridade e de ter nascido abaixo do peso, a menina é saudável, ativa e fala de tudo, afirma a avó orgulhosa. “Valentina é esperta, sapeca, começou a falar com menos de 1 ano. Até atende o telefone.”
A gravidez de mulheres com síndrome de Down é rara. Apesar de elas terem os órgãos reprodutivos bem formados, a taxa de fertilidade é menor, e há risco de aborto natural. A estimativa é que no mundo todo, haja pouco mais de 50 mães com Down. Gabriela se diz bem feliz com a maternidade, mas não terá mais filhos. Depois do nascimento de Valentina, ela fez laqueadura.
O assédio da imprensa durante a gravidez e no casamento cansou Fábio, que não quer mais saber de entrevistas, e prefere deixar essa questão a cargo da esposa. Mas, segundo sua irmã Luciana de Vasconcelos Moraes, ele ficou mais feliz e tranquilo depois da união.
Família foi à Justiça para registrar filha
Valentina nasceu na Maternidade de Campinas em 19 de março de 2008 e, logo após, teve início uma polêmica que só foi resolvida na Justiça três meses depois. No primeiro momento, a menina teve o registro de nascimento negado, sob a alegação de que Fábio Marchetti de Moraes não teria o discernimento necessário para se declarar pai da menina, como prevê a lei. A saída apontada foi registrá-la só no nome da mãe, como filha de pai não declarado, alternativa descartada pelas famílias. Chegou-se a cogitar a possibilidade de um exame de DNA, mas acabou não sendo necessário. Uma juíza concedeu a autorização para o registro depois de ouvir Fábio. No casamento dos pais, Valentina teve papel de destaque: no colo da avó Laurinda Ferreira de Andrade, levou as alianças para os noivos. Apesar de morar com a avó, ela distingue bem os laços familiares: Laurinda é a vovó, e Gabriela a mamãezinha.
Valentina nasceu na Maternidade de Campinas em 19 de março de 2008 e, logo após, teve início uma polêmica que só foi resolvida na Justiça três meses depois. No primeiro momento, a menina teve o registro de nascimento negado, sob a alegação de que Fábio Marchetti de Moraes não teria o discernimento necessário para se declarar pai da menina, como prevê a lei. A saída apontada foi registrá-la só no nome da mãe, como filha de pai não declarado, alternativa descartada pelas famílias. Chegou-se a cogitar a possibilidade de um exame de DNA, mas acabou não sendo necessário. Uma juíza concedeu a autorização para o registro depois de ouvir Fábio. No casamento dos pais, Valentina teve papel de destaque: no colo da avó Laurinda Ferreira de Andrade, levou as alianças para os noivos. Apesar de morar com a avó, ela distingue bem os laços familiares: Laurinda é a vovó, e Gabriela a mamãezinha.
Contagem regressiva para o dia do casamento
Após namoro de três anos, deficientes vão para o altar
Na mesma situação de superação de barreiras, Maria de Fátima Corsi Magalhães e Tarso Dimas Fernandes de Toledo, de 37 e 30 anos, respectivamente, namoram há três anos e estão em contagem regressiva para tornar real o sonho do casamento. “Eles estão que é só ansiedade, totalmente elétricos com a aproximação do casamento”, afirma Neide Corsi Magalhães, mãe de Fafá, como Fátima é carinhosamente chamada pelo noivo. Ela retribui se dirigindo a ele por “Amor”. Os dois têm deficiência mental e se conheceram num instituto de reabilitação. O casamento, apoiado integralmente pelas duas famílias, está marcado para o dia 19 de junho na Igreja Cristo Rei, no Jardim Chapadão.
Após namoro de três anos, deficientes vão para o altar
Na mesma situação de superação de barreiras, Maria de Fátima Corsi Magalhães e Tarso Dimas Fernandes de Toledo, de 37 e 30 anos, respectivamente, namoram há três anos e estão em contagem regressiva para tornar real o sonho do casamento. “Eles estão que é só ansiedade, totalmente elétricos com a aproximação do casamento”, afirma Neide Corsi Magalhães, mãe de Fafá, como Fátima é carinhosamente chamada pelo noivo. Ela retribui se dirigindo a ele por “Amor”. Os dois têm deficiência mental e se conheceram num instituto de reabilitação. O casamento, apoiado integralmente pelas duas famílias, está marcado para o dia 19 de junho na Igreja Cristo Rei, no Jardim Chapadão.
Segundo a mãe de Tarso, Maria Cristina Fernandes de Toledo, a preparação para a cerimônia está a todo vapor. “O vestido de noiva já foi encomendando, a igreja e arranjos de flores escolhidos, salão social reservado, buquê. Vai ser uma festa muito bonita”, diz Cristina.
“Estamos muito felizes”, afirmam os noivos. Fátima e Tarso vão realizar o sonho de viverem juntos graças à compreensão de suas famílias, que não medem esforços para ver ambos felizes e realizados. Cristina conta que a união encontra resistência até mesmo entre amigos e pais de pessoas com deficiência. “No Ciad (Centro Integral de Atenção ao Deficiente, da Pontifícia Universidade Católica de Campinas), onde eles estudam, as opiniões se dividem. Os colegas estão eufóricos. Entre as mães, algumas dizem que gostariam que seus filhos vivessem essa experiência. Mas outras têm medo e não apoiariam uma união”, conta Cristina.
Indiferentes às opiniões contrárias, os noivos são só alegria e não escondem o amor que sentem um pelo outro. “Nos damos muito bem. Não vejo a hora de casar”, diz Fátima. “Foi muito bom conhecer a Fátima. Casar vai ser melhor ainda”, endossa Tarso.
Neide conta que ficou preocupada quando soube do namoro, mas depois aceitou bem a ideia. “Sempre tive medo que se aproveitassem dela, por ser mais infantil. Mas conhecemos a família do Tarso, vimos que eles cultivam os mesmo valores e que podíamos confiar. Eles estão felizes e isso é o que importa”, afirma. De comum acordo, médicos, parentes e noivos decidiram que não terão filhos, e já tomaram as devidas providências. “Já passamos pelo médico, cuidamos de tudo. Agora, é só esperar o casamento”, resume Fátima.
“As pessoas têm uma compreensão distorcida de que as pessoas com deficiência têm déficit em todas as áreas. Isso é um erro. Qualquer que seja a deficiência, a pessoa tem a diversidade nessa área específica, sem afetar as demais. A sexualidade é parte da vida de todos, deficientes ou não”, afirma a psicóloga e coordenadora da área de Mercado de Trabalho do Ciad, Rita Khater. “O universo erótico, chamado de libido na psicanálise, é que impulsiona a vida, é o desejo que nos movimenta, a energia presente em todos os seres, o que inclui as pessoas com deficiências”, reforça a psicanalista e pesquisadora em sexualidade da Universidade.
Fonte: http://cpopular.cosmo.com.br/ (09/05/2010)
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